Autor: Dr. Daniel Panarotto
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A Sociedade Brasileira de Diabetes identifica a lipohipertrofia como um acúmulo anormal de gordura sob a superfície da pele, comum entre pacientes submetidos à terapia insulínica de longo prazo, que devem fazer o rodízio dos locais de aplicação e uso de agulhas e seringas.
Conheça a lipohipertrofia
Ocasionada pela aplicação de várias doses de insulina no mesmo local e o uso repetido da mesma agulha ou seringa, a lipohipertrofia é uma deformação do tecido subcutâneo, identificada através do enrijecimento do músculo, que causa a formação de caroços.
Este acúmulo de gordura ocorre nos locais de aplicações mais frequentes.
Hábito comum entre os pacientes com diabetes, pode interferir no controle do índice glicêmico, causando deformidades no local da aplicação e provocando a má absorção do hormônio, fazendo com que os níveis de açúcar no sangue permaneçam altos.
Estudos em diferentes países revelam que a lipohipertrofia prevalece em cerca de 28 a 64% dos pacientes com diabetes tipo 1 e 2, sendo mais comum no tipo 1.
Cuidados que evitam a lipohipertrofia
Para evitar a lipohipertrofia, os pacientes devem aplicar a insulina em locais diferentes do corpo, utilizando as regiões recomendadas (braços, coxas, abdômen e nádegas). Além disso, o paciente deve fazer a rotatividade na mesma região da aplicação, dando uma distância de 2 a 3 dedos entre cada local.
A reutilização de agulhas aumenta a dor durante a aplicação, além de riscos de quebra e bloqueio de fluxo da insulina, pois há alterações na ponta do equipamento e em sua lubrificação, por isso, troque a agulha da caneta de insulina antes do uso.
Já na seringa, a escala de graduação desaparece, ocasionando erros no registro de dose da insulina. A aplicação incorreta pode provocar a lipoatrofia insulínica, caracterizada pela perda da gordura nos locais das injeções de insulina, em que há o surgimento de uma depressão na pele.
Tratamento da lipohipertrofia
De início, o ideal é deixar de aplicar a insulina no local do nódulo, dando descanso total a esta área do corpo.
O tratamento pode ser feito com agulhas mais curtas (4 mm para o uso de caneta injetora e 6 mm para o uso de seringas) que são indicadas para todos os perfis de pacientes, idades ou tipos físicos. Estas agulhas são mais confortáveis e seguras, pois evitam que a insulina seja depositada no músculo, sendo injetada no tecido subcutâneo, facilitando a adesão ao tratamento.
Casos mais graves de lipohipertrofia podem ser tratados com lipossucção, processo eficaz para a exclusão definitiva de nódulos maiores.
Se você perceber alterações nas regiões em que a insulina é injetada, procure um médico.