Autor: Dr. Daniel Panarotto
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A tireoide é uma glândula responsável por produzir hormônios que atuam na regulação do nosso metabolismo. O câncer de tireoide se manifesta quando surgem tumores na glândula.
Uma pesquisa feita em 2018 pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer) apontou que o câncer de tireoide é o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.
Com mais de 95% de chance de cura, quando descoberto em estágio inicial pode ser tratado.
Tipos de tumor
O câncer de tireoide atinge em média três vezes mais mulheres do que homens, na faixa de 20 a 65 anos. Dentre os casos, existem tipos diferentes de tumor que variam de acordo com as células afetadas:
– Carcinoma Papilífero: ocorre em 80% dos casos de câncer na tireoide, tem um crescimento lento, se desenvolvendo em apenas um lobo da glândula, mas pode ocorrer em ambos. Em geral não dá metástases à distância, e sim metástases locais. Tem um alto índice de cura, com os tratamentos bem feitos.
– Carcinoma Folicular: tipo menos frequente, mas com um bom prognóstico, de fácil tratamento.
– Carcinoma de Células de Hurthle: também conhecido como carcinoma de células oxífilas, ocorre em cerca de 3% dos casos, é difícil de ser diagnosticado e tratado.
– Carcinoma Medular: um tipo raro e agressivo, afeta cerca de 3% dos casos, mais difícil de tratar e com menor chance de cura. Está relacionado com algumas síndromes genéticas e pode se disseminar para gânglios linfáticos, pulmões e fígado.
– Carcinoma Anaplásico: é muito raro, afeta cerca de 2% dos casos e possui um crescimento rápido que em pouco tempo pode atingir pulmões, ossos e fígados.
Sintomas da doença
Quando diagnosticado precocemente, o tumor tem cura, mas para isso é necessário estar atento aos sintomas que podem indicar o desenvolvimento do câncer:
– Aparecimento de nódulo ou caroço no pescoço, que normalmente cresce rapidamente;
– Inchaço no pescoço devido ao aumento de ínguas;
– Dor na região da frente da garganta;
– Ronquidão ou alteração na voz;
– Dificuldade para respirar, com a sensação de algo preso na garganta;
– Tosse persistente;
– Dificuldade para engolir;
– Sensação de compressão na traqueia.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio do exame clínico de palpação da glândula, seguido de uma ultrassonografia da tireoide que é realizada por um endocrinologista. A biopsia de aspiração por meio de uma agulha fina é capaz de identificar a presença ou não de células tumorais malignas.
É importante realizar um exame de sangue para verificar as quantidades de hormônios TSH, T3, T4 e tireoglobulina, pois podem indicar possíveis alterações na tireoide.
Tratamento do câncer de tireoide
O tratamento do câncer de tireoide leva em conta o tipo e a gravidade da doença, mas as principais opções incluem cirurgia, iodoterapia e hormonioterapia. Em casos mais graves, pode ser necessária a interferência de quimioterapia e radioterapia.
Cirurgia: mais conhecida como tireoidectomia, onde é feita a retirada de parte total ou parcial.
Iodoterapia: logo após a retirada da glândula, o paciente receberá doses terapêuticas de iodo radioativo que serve para eliminar todas as células da tireoide e os vestígios do tumor.
Reposição hormonal: deve ser feito o uso de levotiroxina, que substitui os hormônios produzidos pela tireoide.
Radioterapia: associada ou não à quimioterapia, é recomendada em casos de câncer mais agressivo, como carcinoma medular e o carcinoma Anaplásico.
O que tem mudado, no entanto é que as condutas têm sido mais conservadoras. Ou seja, cada vez mais a cirurgia tem sido mais econômica (tireoidectomia parcial ou lobectomia em vez de tireoidectomia total), e as indicações de ido radioativo tem sido cada vez mais restritas.