Autor: Dr. Daniel Panarotto
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São muitas as doenças que afetam o coração, mas o diabetes é uma das principais. Cerca de 80% da mortalidade de diabéticos do tipo 2 são em decorrência de cardiopatias (complicações no coração). Pelo menos 10% das pessoas que sofrem infarto, possuem diabetes não diagnosticada.
Porque acontece?
Enquanto o diabetes tipo 1 consiste numa doença genética, que reduz a produção de insulina pelo pâncreas, o diabetes tipo 2 está relacionado, principalmente, a um mal funcionamento da insulina (tecnicamente chamamos de resistência à insulina). A resistência à insulina por sua vez, é herdada dos antepassados, e agravada pelo sedentarismo e pelo excesso de peso. Acontece que, em indivíduos com resistência à insulina, encontramos, com frequência, alterações dos lipídios do sangue (dislipidemia), pressão alta e acúmulo de gordura abdominal e nos órgãos internos. Estes fatores de risco, quando combinados com a glicemia elevada, causam uma inflamação nos vasos sanguíneos e, consequentemente, o estreitamento desses vasos, restringindo o fluxo sanguíneo e criando um ambiente propício a infartos e AVC. Por isso, além do controle da glicemia, diabéticos devem cuidar dos níveis de colesterol, de pressão, reduzir o peso, fazer exercícios, e, se for o caso, parar de fumar.
Os sintomas
Os sintomas clássicos de angina ou de infarto do miocárdio são dores fortes na região do peito, em geral atrás do osso do peito (esterno). A dor pode se irradiar para o pescoço e para o braço esquerdo. Nas pessoas diabéticas, os sintomas de doença cardíaca podem ser diferentes. Muitas vezes, eles apenas se queixam de falta de ar ou tontura. Por isso, muitos não se dão conta de que estão tendo um ataque cardíaco. Há perda de sensibilidade às dores no coração. Por isso é fundamental que o paciente com diabetes faça acompanhamento cardiológico frequente.
Um diagnóstico num momento ainda precoce que permita evitar as complicações associadas ao diabetes, entre as quais as cardiovasculares, é cada vez mais um desafio, para a medicina e para os pacientes. A adoção de um estilo de vida saudável e o controle de todos os fatores de risco também são fundamentais para a prevenção das complicações cardiovasculares. O acompanhamento de um especialista é essencial para apoio no monitoramento e prevenção da doença. Consulte-nos!